25 anos e sempre com novos objetivos
Fundada em 1991, a Inform Sistemas surgiu para cuidar dos clientes de uma empresa. Depois de crescer tanto, se consolidar no mercado e ser reconhecida, Inform colhe frutos de seriedade e de investimento na equipe como pilar do sucesso. João Venício Mortari, CEO da empresa, concedeu entrevista na sede e falou do início, do percurso até hoje e do futuro.
Trabalhando como gerente do Centro do Processamento de Dados (CPD), a empresa decidiu extinguir o departamento, Mortari viu aí uma porta se abrindo, já que ele tratava com os clientes que ficariam sem prestador de serviço. “Fiz um acordo, montei a Inform para atender esses clientes, a empresa eliminou o CPD e a minha rescisão foi tudo da área. Montamos a Inform em 1991 e fizemos 25 anos esse ano”. Ele explica como se deu o processo. “Quando fui contratado por essa empresa, minha função era extinguir a área de CPD. Eu fui lá organizar a casa e minha função era arrumar outra empresa que assumisse esses clientes. Então pensei: bom, já que precisa de outra empresa para assumir esses clientes, eu monto uma e assumo eles, já estou lidando com eles mesmo”. Ele ainda diz no início buscou inspiração de modelos que funcionavam no sul e sudeste. “Foi muito complicado no começo porque era uma empresa pequena só que a gente foi evoluindo, procurando ficar ligado no que empresas do sul e sudeste faziam, então a gente trouxe uma série de inovações no atendimento e no produto”.
Mas o que faz a Inform Sistemas? Segundo Mortari, eles produzem “um RP (software de gestão empresarial) para médias e pequenas empresas, com foco em automação comercial”. Ele ainda fala do planejamento atual. “Entramos pesado em 2012 quando implementamos uma fábrica de software para criar soluções mobile, mas sempre ligadas ao RP. Aplicativos de liberação de crédito remota, venda remota, verificação de saldo, sempre voltados para a administração da empresa, para incrementar o software de gestão”.
Nesse percurso ao longo de 25 anos, houveram fases, como explica Mortari, inclusive a Inform está passando por uma transição nesse ano de 2016. “Já passamos por três viradas tecnológicas. Estamos passando por outra virada agora. Tínhamos a versão DOS, em 2000 viramos para uma versão Windows, e agora estamos fazendo uma modificação para utilizar a versão Cloud”.
Dificuldades, porém, estão propícias a acontecer. “A gente foi evoluindo ao longo do tempo. O ano passado foi um ano complicado, tivemos que reduzir o quadro, mas já estamos retomando as contratações. Ano de 2016 já começou melhor do que foi 2015 todo”. O número de clientes, no entanto, é bem satisfatório para Mortari. “Hoje temos aproximadamente 400 clientes. Quando transformo esses clientes em usuários, chega aí na casa de seis mil usuários”.
Sobre as novidades que estão para chegar, Mortari inova melhorando aquilo que já é bom, tentando melhorar a relação com o cliente e entregar serviços e produtos de qualidade e segurança. “É uma mudança tecnológica radical de um produto que tínhamos em 2014 para o que temos agora. Já está em funcionamento em uns dez clientes-piloto. É uma evolução de um produto que a gente já tem, só que com uma evolução tecnológica embarcada muito grande. É mudança de amplitude e a forma de negociar. O modelo do negócio é a grande novidade”.
Por não participar de competições, Inform nunca ganhou prêmios, mas é certificada MPSBR nível C onde se conta nos dedos as empresas com igual nível no Nordeste. “A gente não controla a qualidade das empresas de software pelo ISO, a gente mede pela maturidade. O MPSBR é uma certificação do Softex que vai do nível G, o mais básico, até o nível A. Empresas certificadas nível C, tem umas 40 no Brasil, sete no Nordeste e em alagoas só tem a gente. Não é um prêmio, mas é um reconhecimento”. Quando perguntado sobre os maiores erros cometidos na trajetória, Mortari mostrou entender bem melhor a importância de planejamento após os erros. “A gente acaba criando pequenos grandes erros. Mas a gente já teve problemas em decisões de mercado, na definição de tecnologia. Só que todos esses problemas derivam de executar ações sem ter planejado e levantado riscos. Como sempre tentamos trabalhar na vanguarda, a gente conseguiu certa liderança no mercado, mas sem fazer o planejamento adequado, passamos alguns contratempos. Se a gente tivesse planejado seis meses, não teríamos perdido dois anos”, diz o fundador.
Mortari exalta o acerto fundamental para o sucesso da empresa. “O maior acerto foi sempre investir na equipe, trazer a equipe para dentro do negócio, compartilhar os resultados, trazer para a administração. Nosso sucesso se deve ao engajamento da equipe. Repartindo as vitórias e os problemas. Não tenho a menor dúvida”.
Falando um pouco sobre o Arranjo Produtivo Local de TI (APL de TI) e a Associação das empresas de Tecnologia da Informação em Alagoas (Assespro-AL), Mortari acha que o trabalho dessas associações são cruciais para a manutenção e evolução do setor no estado. “Uma das coisas que a Assespro e o APL de TI garantem é a noção de associativismo em prol de um único objetivo. Muitas lutas são travadas, e a gente vê que se não tivesse o coletivo, não teríamos vencido. Uma empresa sozinha não consegue brigar por alguma coisa, então temos que brigar pelo conjunto. O grande papel da Assespro é representar e brigar pelo setor de TI”.
A relação entre os sócios acaba trazendo um network interessante e produtivo para todas as partes, segundo o CEO da empresa. “Mas uma das coisas que a Assespro também faz é mostrar oportunidades de negócios. Tanto a Inform presta serviço às empresas, como toma serviços aos associados. Sendo sincero, quando eu tenho que tomar decisão sobre qual empresa vou contratar para prestar um serviço, eu levo em consideração se tem algum laço ligando à Inform ou aos sindicatos. Claro, pensando em qualidade e preço também. Mas minha preocupação é com o associativismo, para ter representatividade”.
Para o fundador da Inform, o TI deveria ser olhado com bons olhos por qualquer governo consciente e que preze por desenvolvimento eficaz. “É uma indústria que emprega muita gente, uma indústria limpa, que tem salários agregados maiores que a indústria comum e precisa de poucos investimentos do governo em infraestrutura. Então um governo consciente investe em TI. É quase chover no molhado, mas tem uma frase que todo mundo usa que é “TI é transversal a qualquer área negócio”. Não existe educação sem TI, saúde sem TI, comércio sem TI, não existe nada sem TI. É algo que todo mundo em algum momento vai consumir”.
Em Alagoas, porém, falta visão, segundo Mortari. “O que acontece hoje em Alagoas é que está faltando visão quanto a isso. Criar um cenário propício para essas empresas evoluírem. Precisamos de políticas públicas de educação, de formação, de facilidade de abertura de empregos”.
No cenário nacional, o fundador da Inform Sistemas fala que o Brasil não está seguindo passos contrários aos grandes centros. “A grande maioria das empresas se automatizou muito mais por uma imposição fiscal do que necessidade de gestão. Mas agora perceberam que precisam desse tipo de gestão. Então está vindo uma nova onda. O cenário é favorável. Apesar da crise, da confusão, a área de TI vai sofrer menos do que as outras atividades econômicas”.
Com planos traçados e planejando cada passo, Mortari vislumbra um sucesso mais expansivo para a Inform, buscando um nível mais nacional “A gente tem um planejamento estratégico, então a gente vem ao longo de 2015 e 2016 transformando a Inform em uma produtora de softwares. Fazer uma projeção na área de TI em dez anos é algo perigoso. Temos uma visão de nos próximos cinco anos, transformar a Inform em uma grande produtora de softwares. Esperamos ter uma abrangência no mercado nacional. Estamos preparando o produto para ter essa abrangência”.
Visite o site da Inform Sistemas: http://www.informsistemas.com.br/